quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ESTUDO SOBRE AUTISMO PODE LEVAR A ORIGEM DA INTELIGÊNCIA

DA FOLHA DE SÃO PAULO (RAFAEL GARCIA)

O que aconteceria com um macaco que recebesse o implante de Genes humanos supostamente relacionados à inteligência? Se o animal ganhasse algum grau de consciência, ele passaria a ter, ao menos em parte, os direitos legais de uma pessoa? Perguntas que parecem coisa de ficção científica podem agora forçar um debate na comunidade científica, graças ao trabalho do biólogo paulista Alysson Muotri.

Muotri ganhou notoriedade recentemente ao publicar trabalhos sobre autismo, nos quais conseguiu reproduzir o comportamento dos neurônios de crianças portadoras de uma forma da doença."Isso vai ter de passar por comitês de ética em pesquisa, porque a gente quer realmente partir por aí", afirma o cientista, professor da UCSD (Universidade da Califórnia em San Diego). A técnica usada por ele --a das células iPS, que permite transformar amostras de pele em neurônios-- abriu também uma avenida para enfrentar uma questão mais conceitual. Em entrevista à Folha, o cientista conta como investigar o autismo desembocou no estudo das origens da inteligência.

Folha - A sua pesquisa indica que a genética praticamente determina o futuro das células das crianças autistas. Essa evidência não vai desagradar os que propõem causas ambientais para a doença?
Alysson Muotri - É uma forte evidência, mas ela não exclui fatores ambientais. Agora, isso vem confirmar o que a maioria dos cientistas diz hoje: as doenças do espectro do autismo são praticamente 90% de origem genética. Já existem mais de 300 genes relacionados com o autismo, e até a gente entender como esses genes contribuem para um mesmo fenótipo [característica], vai ser complicado. O genoma é complexo, e não vai ser uma ou outra alteração sozinha que vai provocar a doença.

Mas, trabalhando com a célula iPS, a gente consegue capturar o genoma inteiro da célula do paciente nesse estado pluripotente [primitivo] e aí diferenciá-la em neurônio. Então, não importa muito qual é o gene ou quais são os genes envolvidos. A gente tem o produto final, que é o neurônio com problemas.

O sr. levou seis cientistas brasileiros com carreiras promissoras para trabalhar nos EUA e hoje diz que a fuga de cérebros é uma "ilusão patriótica". A saída de bons cientistas do país não pode prejudicar a pesquisa nacional?

Para algumas pessoas, o real patriotismo é abandonar as melhores condições de trabalho que você tem no exterior e voltar ao Brasil. Alguns dizem "vem aqui sofrer com a gente, vamos juntos tentar melhorar este país". Quando chegou um momento na minha carreira aqui em San Diego em que eu tive que tomar uma decisão, o que veio na minha cabeça foi uma pergunta: o que eu sei fazer de melhor? Se a minha resposta fosse "formação de pessoal", talvez eu tivesse decidido voltar. Mas não me vejo nisso. Como brasileiro, eu achei que a melhor coisa seria tirar vantagem do sistema americano e fazer com que a coisa funcionasse aqui. Uma coisa que eu faço para estar sempre em comunicação com o Brasil é justamente trazer estudantes brasileiros para o meu grupo. Eu tento manter no laboratório 50% de estudantes brasileiros e 50% de outros países.

Pesquisadores que trabalham com células-tronco reclamam muito das grandes revistas científicas e até já fizeram um manifesto contra a formação de "panelinhas" -revisores que dificultam a publicação de estudos dos que não pertencem ao grupo. Você acha que o sistema precisa mudar?

Eu acho que existe hoje, sim, um pouco de viés nessas publicações. Algumas revistas, principalmente as de alto impacto, acabam se baseando muito só na opinião de alguns pesquisadores. O que eu acho ideal seria alguma coisa parecida com o que se faz hoje na matemática e na física. A ideia é a de colocar o seu trabalho aberto na internet assim que ele estiver pronto. Dessa forma, pesquisadores do mundo todo terão acesso à sua pesquisa e poderão avaliá-la.

Fora dos trabalhos em biomedicina, o que vão fazer no campo da ciência básica? Ainda estão pensando em trabalhar com macacos?

Um interesse bem básico que eu tenho é o de entender como e por que o cérebro humano é diferente dos outros. A gente tem a capacidade que nenhum outro animal tem, que é a da teoria da mente. A teoria da mente, explicando de uma forma bem leiga, é o fato de você conseguir se colocar na mente de uma outra pessoa e entender que tipo de coisa ela pode estar sentindo ou pensando em determinada situação. Nenhum outro animal demonstrou ter essa capacidade. Isso deve ter surgido como um fator-chave para a nossa organização social. Bem, tudo isso surge, em última instância, das células embrionárias que acabam se desenvolvendo e formando um sistema nervoso. Dentro disso, tem duas áreas básicas que eu busco entender.
Uma área é o desenvolvimento neural do cérebro, comparando os humanos com o cérebro dos nossos "primos", como o chimpanzé e o bonobo. A gente derivou células iPS de humanos e de macacos, e a gente está instruindo essas células a formar um sistema nervoso em cultura, para acompanhar passo a passo quais são as similaridades e quais são as diferenças entre humanos e outros primatas.
O que a gente tem visto são coisas bem inesperadas, que devem revelar bastante coisa e até render ideias novas sobre aspectos do autismo e de algumas outras doenças.
A outra linha tem a ver com os retroelementos, os "genes saltadores" [que fazem cópias de si mesmos ao longo do DNA]. Ninguém questiona que nosso genoma tem toda a informação capaz de gerar um cérebro, da mesma forma que os outros primatas também conseguem gerar o cérebro a partir do genoma que eles têm. A questão é: como formar um cérebro inteligente e criativo?
Deve ter algum outro fator ali no cérebro humano que contribui para essa criatividade. O que a gente acabou postulando é que esse DNA-lixo, que aparentemente não tem nenhuma função, mas que abriga os genes saltadores, poderia estar envolvido na geração dessa diversidade neural, ao modificar o genoma original das células. A gente não entende esse processo como sendo uma coisa essencial para a formação do cérebro, mas ele seria um "tempero" nessa criatividade que a gente tem, essa individualidade humana.

Será possível realizar um experimento com macacos que os faça adquirir esses genes saltadores dos humanos?

A gente pensa nisso, e isso é uma coisa que vai ter que ser discutida com a sociedade. Isso vai ter que passar por comitês de ética em pesquisa, porque a gente quer realmente partir por aí. Pode ser que você comece a criar essas redes neurais mais sofisticadas no cérebro de macaco. E aí ele poderia começar a ter consciência. A partir desse momento, será que ele não se torna um ser "humanizado"? E, caso se torne, ele passaria a ter os mesmos direitos que as pessoas? Se a resposta for sim, ele não poderia ser cobaia.
Eu não tenho as respostas para isso, mas em algum momento a ciência vai começar a chegar a esse ponto e isso vai ter que ser discutido. Eu antecipo esse tipo de discussão, mas não tenho uma resposta para isso. Não sei se é certo ou errado.

Comentário do Blog

Quem conhece os macacos da UFG sabe muito bem que eles assistem aulas, entram no laboratório, roubam comida e ainda riscam o quadro. Acho que eles se candidatariam a cobaias de um experimento desse com ou sem consciência.
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

MATEMÁTICA E FÍSICA DAS ANIMAÇÕES

DA FOLHA DE SÃO PAULO

Mesmo repletos de animais falantes, princesas e criaturas fantásticas, os filmes de animação não são coisa de criança. Produções como as da Pixar e da DreamWorks são um laboratório para estudos avançados de física e matemática. A aparência realística dos personagens --especialmente agora, com a popularização das produções em 3D-- depende de um emaranhado de funções e equações.

Um dos exemplos mais perceptíveis são as roupas dos personagens, que, nos últimos tempos, ganharam movimentos complexos.Uma matéria publicada na última edição da revista "Science" revelou como a física e a matemática estão relacionadas ao salto de qualidade das animações.

Graças ao trabalho de um grupo de físicos computacionais, os modelitos usados por Shrek e companhia comportam-se quase como se fossem feitos de tecido de verdade: amassam, ficam molhados, desfiam e muito mais. Para chegar a esse resultado, um dos métodos considerados mais realísticos pelos especialistas faz uma simulação completa de cada nó, de cada torção no fio de tecido, e traduz tudo em movimento.

A técnica, no entanto, tem um problema: ainda não consegue ser suficientemente fiel à realidade quando se trata de tecidos mais grossos. Esse problema é corrigido com uma equação que permite a formação de algo como microburacos em pontos estratégicos da roupa. Embora o campo tenha avançado muito, a criação de ambientes realísticos envolvendo água e outros líquidos ainda é um desafio. Especialmente quando elementos com características físicas e tamanhos muito diferentes estão juntos em uma mesma cena: como um navio (rígido) deslizando sobre um mar agitado.

A busca por uma solução para o problema tem movido físicos especialistas em computação gráfica e, principalmente, os próprios estúdios que fazem as animações. Mas a precisão matemática não é suficiente nas animações. Roteiro e ambientação também entram na equação que determinam o sucesso das produções.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O ENSINO PÚBLICO BRASILEIRO E O PISA

Olá Químicos e Agregados,

O PISA é um programa internacional de avaliação comparada, cuja principal finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
Esse programa é desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), havendo em cada país participante uma coordenação nacional. No Brasil, o PISA é coordenado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira”.

Pois bem. o PISA é realizado para matemática, leitura e Ciências, nosso foco. Em ciências, no ano de 2009, útlimo PISA, ficamos em 53° lugar no total de 65 países. Nossa nota média foi de 405 pontos. O primeiro lugar, Xangai (China) teve nota média de 575 e o segundo lugar, Finlândia, teve nota média de 554 pontos.

Dentre os 57 países que tiveram uma pequena melhora do exame de 2006 para o de 2009, o Brasil foi o país que obteve o quinto maior crescimento, cerca de 15 pontos de média, sendo ainda o país que mais aumentou a nota na américa latina.

Porém, se tirarmos as escolas públicas estaduais e as municipais, deixando a nota somente das escolas públicas federais, ficaríamos entre os 10 melhores colocados. O que isso nos mostra? Que o exemplo federal é aquele a ser seguido, ou seja, remuneração de qualidade, estrutura na carreira, dedicação exclusiva e estrutura escolar adequada ao desenvolvimento do próprio professor, o que inclui a formação continuada.

Um outro dado do PISA 2009 foi que os sistemas que tiveram melhor nota e portanto, maior sucesso no exame, têm um gasto maior na educação em relação ao PIB e REMUNERAM MELHOR OS PROFESSORES. Ou seja, essa falácia de alguns economistas da educação, como Gustavo Iochpe, por exemplo, de que o aumento do salário do professor não é o principal aspecto para a melhoria do ensino parece cair por terra com os resultados do PISA.

Chega a ser impressionante o quanto é óbvio o que se tem que fazer para melhorar a educação no Brasil. Com pequenas ações de formação, bolsas e inclusão, estamos aumentando a nota desde 2003. Falta o salto principal, tornar a profissão de professor, atrativa FINANCEIRAMENTE.

Devemos unir o útil, que são os alunos que gostam de ser professores, com o agradável, ou seja, ganhar bem para fazer o que gosta, especificamente, ministrar aulas.

Falta vontade política?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UM BALANÇO DE GESTÃO

DA FOLHA DE SÃO PAULO (Por Sabine Righetti)

O físico e engenheiro carioca Sérgio Rezende deixará em 31 de dezembro o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), que esteve sob seu comando por mais de cinco anos.
Em entrevista exclusiva à Folha, ele reconhece que, apesar dos avanços de sua gestão, a burocracia ainda é um dos grandes inimigos dos cientistas brasileiros. Também defendeu a escolha do petista Aloizio Mercadante como seu sucessor: "Certamente pode ter um papel de influência no governo." Leia os melhores trechos da conversa abaixo.

Folha - O sr. está saindo de uma gestão considerada positiva. Isso é raro...
Sérgio Rezende - Eu só espero que as pessoas não fiquem com saudades de mim [risos]. Tivemos mais recursos e, acompanhando isso, uma atuação mais forte do governo federal em incentivar e apoiar a pesquisa e inovação nas empresas. Isso é uma mudança grande. Nossa política científica sempre foi desvinculada da política industrial --que, por sua vez, teve seus altos e baixos. Não havia acontecido até agora uma articulação entre ciência e indústria. Estamos aprendendo a fazer isso, mas avançamos muito.
Ter 1,3% do PIB destinado à ciência é suficiente?
Passar de 1% foi mudar de patamar. Tínhamos planejado chegar a 1,5% do PIB e chegamos a 1,3%. No entanto, em números absolutos, nós atingimos a meta, porque o PIB do Brasil cresceu muito e continua crescendo.
Mas qual seria o ideal?
Os países desenvolvidos têm em média 2,5% do PIB investido em ciência. Mas esses países têm muito mais cientistas: são dois cientistas para cada 10 mil habitantes. Nós temos um pesquisador para 10 mil pessoas. Se tivéssemos mais recursos, eles não seriam utilizados. Precisamos formar mais gente, e isso é um processo gradual. A ideia é que a gente chegue a 2022 com dois pesquisadores para cada 10 mil habitantes e com 2,5% do PIB em ciência.
Ainda há barreiras por parte de quem acha que dinheiro público não deve ser gasto com ciência nas empresas?
Existe um pouco. Essas vozes estão ficando isoladas. Felizmente nós estamos passando dessa fase. Há 20 anos se dizia que o dinheiro público deve ficar na universidade e que empresa não deveria fazer pesquisa. Dizia-se que ciência não combina com lucro. Isso é uma bobagem.
Esse tipo de crítico também costuma dizer que não dá para fazer "Big Science" [ciência cara e de grande porte] num país que ainda tem gente passando fome.
A ciência feita com intensidade, com aplicações, contribui de maneira eficaz para resolver os problemas sociais. O melhor exemplo que temos é da Coreia do Sul, a qual, na década de 1970, era mais subdesenvolvida que o Brasil. Eles investiram em tecnologia e inovação e, com isso, o país tirou milhões de pessoas da pobreza.
Qual foi o principal desafio da sua gestão?
Nós tivemos um problema com o excesso de burocracia. Alguns desvios que aconteceram em fundações de amparo à pesquisa fizeram o TCU [Tribunal de Contas da União] tornar a execução de recursos muito mais difícil.
Hoje a burocracia é um dos entraves para a realização da atividade de pesquisa no Brasil de maneira mais tranquila. É uma burocracia para se usar os recursos, para explicar como usou. Um cientista brasileiro enfrenta muito mais burocracia do que um europeu para fazer o mesmo trabalho, e isso diminui a competitividade. Nós conseguimos simplificar o procedimento de importação, mas ainda é bem mais difícil um pesquisador daqui comprar um equipamento de fora do que um pesquisador de outro país.
Nos outros lugares é assim: o pesquisador quer comprar um equipamento para fazer uma pesquisa e compra. Aqui não pode, tem sempre de fazer licitação e comprar o mais barato. Eu decidi sair antes do resultado da eleição. Estou há dez anos consecutivos em atividade de gestão. No momento, quero me dedicar à atividade científica e não à gestão. A gestão do cotidiano, dos problemas, das pessoas, das confusões --isso é algo que desgasta. Nós demos um salto no MCT, e eu acho que não conseguiria dar novo salto. Precisamos de novas ideias.
Mas o sr. já foi convidado para administrar alguma outra instituição?
Sim, já tive mais de um convite. Mas já disse que não quero mais ter atividade executiva nos próximos anos. Estou indo para Pernambuco [na UFPE]. Estou envolvido em nanotecnologia de materiais magnéticos, já tenho alguns trabalhos. Há dois pós-doutores publicando resultados interessantes, e estou sem tempo de me juntar a eles, de entender o problema, de fazer teoria. Pode ser que em dois anos em volte à gestão, mas agora eu quero ser cientista.
Aloizio Mercadante será um bom ministro no seu lugar?
Ele tem tudo para ser um bom ministro. É uma pessoa de visão larga, certamente pode ter um papel de influência no governo.

Comentário do Blog
Sérgio Rezende era um técnico, isto é, fazia parte do sistema universitário e foi produtivo nos cinco anos que ficou a frente do ministério com publicações qualificadas e internacionais. Mercadante é político, mais próximo do governo, porém, mais distante da ciência e tecnologia. Acho uma escolha complicada. Manter Haddad na educação foi uma boa mas acho que essa substituição é politica e não vai ser positiva para o MCT. Espero queimar a língua, o que seria bom para a Ciência.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ELEMENTO QUÍMICO DE NÚMERO ATÔMICO 112 AGORA TEM NOME

Olá Químicos e Agregados.

Pois é. A notícia é de fevereiro de 2010 mas só agora eu vi. O elemento químico de número atômico 112 agora tem seu nome. É COPERNICIUM. Seu símbolo é Cn.

Como de praxe em casos de novos elementos químicos, a prioridade para nomear esse elemento era do grupo de pesquisadores descobridores do elemento, no caso o pessoal do Gesellschaft für Schwerionenforschung (GSI) (Center for Heavy Ion Research) em  Darmstadt na Alemanha.

Segundo o porta voz do grupo o nome foi uma homenagem a:"...um influente cientista que não recebeu qualquer elogio durante sua vida, destacando a ligação entre a astronomia e o campo da química nuclear".

Quer saber um pouco mais sobre Nicolau Copérnico? Clique aqui. É um começo, lembrando a todos que se trata da Wikipédia.

Ainda faltam os elementos químicos 113 até o 118. Todos ainda com aqueles símbolos malucos do tipo Uup Uuq com nomes mais malucos ainda, do tipo Ununtrio, Ununquádio e por aí vai.

Uma boa tabela periódica, interativa, com data de descoberta dos elementos bem como seus descobridores pode ser acessada aqui.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A MULHER SEM MEDO DE NADA!

DA FRANCE PRESSE

Cientistas americanos detectaram em uma mulher uma rara doença cerebral que faz com que não tema nada --nem uma serpente que se aproxima de seus filhos nem uma faca em seu pescoço. A mulher não experimenta a sensação de medo porque tem destruída a parte de seu cérebro em que os cientistas acreditam que esse sentimento seja gerado.
Nas últimas duas décadas, os cientistas acompanharam a mulher, identificada como SM, em busca de dados sobre sua condição que podem fornecer pistas para o tratamento do estresse pós-traumático, particularmente em soldados que retornam da guerra. "É bastante surpreendente que ainda esteja viva", disse Justin Feinstein, cujo estudo é publicado no jornal "Current Biology".
"A natureza do medo é a sobrevivência e a amídala cerebral nos ajuda a evitar as situações, as pessoas ou os objetos que colocam nossa vida em perigo", assegurou. "Ao perder sua amídala, SM perdeu também a sua capacidade de detectar e evitar o perigo".
Em lugar de medo, SM, cuja rara condição é conhecida como doença de Urbach-Wiethe, mostra um incontível sentimento de curiosidade. Para estudar suas reações, os pesquisadores a levaram a uma loja de animais exóticos cheia de aranhas e cobras, animais dos que havia dito repetidamente que "odeia" e tenta evitar.
"Assim que entrou no local, SM se dirigiu ao serpentário e ficou fascinada com a grande coleção de cobras", indicou o estudo.
Consultada sobre se queria segurar uma cobra, SM respondeu afirmativamente e brincou com uma durante três minutos. Os cientistas ressaltaram que a mulher "nunca foi condenada por um delito, mas que foi vítimas de vários".
Feinstein disse que espera que a experiência de SM possa ajudar a tratar pessoas com estresse pós-traumático, um problema comum entre soldados que retornaram do Iraque e do Afeganistão. "Suas vidas estão marcadas pelo medo, muitas vezes são incapazes inclusive de sair de suas casas devido à sempre presente sensação de perigo", disse.
"Se entendermos como o cérebro processa o medo, talvez algum dia sejamos capazes de conceber tratamentos voltados para áreas selecionadas do cérebro que permitem que o medo se apodere de nossas vidas".

Comentário do Blog
Tá legal. A mulher também não deve ter medo de barata, aranha. Bom para o marido dela, que não precisa matar as ditas em momentos de desespero. Agora, sendo um pouco sexista: imagina na hora do divórcio. Sem medo de nada, vai tirar tudo do marido. Eita. Humm, se bem que mulher irada deve ter doença de Urbach-Wiethe.
Mulheres. Sem raiva. Eu avisei que seria sexista.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

QUANTO VALE UM DEPUTADO FEDERAL NO BRASIL

Olá Químicos e Agregados,

O congresso nacional, em votação relâmpago (5 minutos!!!) aprovou hoje um aumento salarial para os deputados federais que equivale a aproximadamente 62% de reajuste. Isso vai elevar o pequeno salário dos deputados, que era de aproximadamente 16 mil reais, para 26.700 reais!!!! Deixa eu repetir: 26.700 reais!!!!

Devemos concordar que era um salário de fome, não é? Vamos fazer uma comparação. Criaremos nesse blog uma nova moeda, o DF. Sua cotação é igual a 26.700 reais. Assim, 1 DF = 26.700 reais.

Assim, um deputado federal ganha 1,0 DF por mês.
Um professor do ensino médio do estado de Goiás ganha 0,041 DF, ou seja, aproximadamente 27 vezes MENOS!
Um gari, que limpa de verdade nossas sujeiras, ganha 0,022 DF, ou seja, aproximadamente 54 vezes MENOS!

Em quê um deputado federal é mais importante do que um professor? Em que mundo um deputado federal vale 27 vezes mais que um professor? Por que deputados, mesmo valendo 27 vezes mais que um professor ainda tem direito a décimo quarto, auxílio moradia, auxílio viagem, auxílio qualquer coisa, que eleva o seu "mísero" 1 DF para 4 DF?

Em quê um deputado federal é mais importante do que um gari? Em que mundo um deputado federal vale 54 vezes mais que um gari? Está claro para mim. É porque os deputados federais lidam com sujeiras e imundícies praticamente impossíveis de serem limpas.

Alguns garis correm o dia inteiro atrás de caminhões de lixo, depositando nossas sujeiras nesses caminhões. Deputado tem que ganhar mais mesmo, pois alcançam a sujeira, ficam lado a lado com ela e mergulham sem dó. Nosso amigos garis, chegam em casa, tomam banho e o suor de cada dia escorre pelo ralo. Dormem limpos, honestos com a certeza de mais um dia cumprido. Nossos deputados dormem no lixo e quando tomam banho a sujeira não sai.

Calma, não é bem assim, temos as exceções. Temos. Triste quando em um caso como esse tenhamos que elogiar as exceções.

Enquanto isso, acordo todos os dias para entrar em uma sala de aula e convencer meus alunos da licenciatura que a profissão vale a pena. Vale. Vale muito a pena! Acredito nisso. E meus alunos sabem o quanto acredito nisso! 

Não acredito mesmo é em deputados!

sábado, 11 de dezembro de 2010

SEXTA-FEIRA DA CANÇÃO V

Olá químicos e agregados diversos!

Tá legal, sem enganação. O sexta-feira de hoje é no sábado! Ontem foi um dia corrido pra caramba! O almoço de confraternização do IQ UFG, que eu não ganhei nada, nem em sorteio, nem em bingo! A festa do LEQUAL, que começou cedo e terminou tarde. Mas o que importa é a música.
Vamos lá. Hoje é uma música dançante...da minha época. E de mais alguns aqui do IQ também, logicamente. E de mais alguns que por aqui frequentam. A música é legal e tudo mais, mas, observem bem o clipe: o tempo passa e o que era legal na época é muito tosco hoje! Olhem principalmente o cavalinho que aparece e a cow girl. Sei lá qual a relação com a música...

Hoje: LondonBeat - I've Been Thinking About You

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ANDANDO SOBRE LÍQUIDOS

Observem isso:



Pois é. Como isso acontece?


É a dinâmica dos Fluidos não-newtonianos. Uai. E daí, como é que funcionam, ou não funcionam?
Esse tipo de fluido tem variação em sua viscosidade, de acordo com a tensão que lhe é aplicada, ou como gostam de dizer os engenheiros, de acordo com a deformação aplicada ao fluido.


Notem, que se o sujeito coloca muita tensão na caminhada ou sobre o líquido, sua viscosidade aumenta, mas se ele é, digamos, mais delicado com o líquido, sua viscosidade diminui. Isso fica claro quando ele afunda o pé no líquido e depois tenta sair.


Quer fazer em casa? Tranquilo. Amido de milho em água. Vai colocando o amido na água, até que sua consistência fique parecida com a do creme de leite, ou pouco mais, um pouco menos, vai tentando que você consegue. No YouTube há uma infinidade de vídeos correlatos, até com receita para repetir. Navegue sobre o líquido, ora pois.


Agora senhores químicos e quimicandos. Por que isso acontece? 
Abraços...

domingo, 5 de dezembro de 2010

PROGRAMA EI! DA UFG COM ALUNO DO LEQUAL - IQ - UFG

O programa EI! Se Liga na UFG! é um programa na forma de pílulas que é apresentado nos intervalos dos programas maiores, dentro da programação do Canal UFG (14, UHF). A idéia é sempre apresentar pequenas atividades realizadas dentro da UFG, seja em sala de aula, laboratórios ou situações diversas. Um desses programetes foi realizado no Laboratório de Educação Química e Atividades Lúdicas do Intituto de Química da UFG e fala sobre o conceito de densidade utilizando materiais de baixo custo. A estrela do programa foi o Jonney Gomes, aluno do LEQUAL. Curtam o vídeo, porque o Jonney já quer uma estrela na calçada da fama! Segundo o próprio: "autógrafos só na terça a tarde!".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

E O EXTRATERRESTRE NÃO ERA TÃO EXTRATERRESTRE ASSIM!

Olá a todos.

A NASA anunciou que o ET, na verdade não é um ET. É uma bactéria que tem a capacidade de substituir o Fósforo (P) pelo Arsênio (As) em seu DNA.
A descoberta não deixa de ser interessante porque até hoje, acreditava-se que somente seis elementos químicos eram responsáveis pela vida na Terra: hidrogênio (H), oxigênio (O), carbono (C), fósforo (P), enxofre (S) e Nitrogênio (Que legal, só agora vi que todos esses elementos essenciais têm seu símbolo com somente uma letra).
Como sabemos (ou achamos que sabemos) a molécula de DNA é mais ou menos assim:

Tá legal, eu sei que a imagem é ruim e é mais um obstáculo epistemológico do que uma molécula, vou tentar melhorar com outra imagem:


Melhorou, né? Tá, ainda tem cores, mas já dá para entender melhor. Tirei do site qmc.web, da UFSC. Pois é, notem que há uma parte da molécula do DNA que tem fósforo, ligado a 3 oxigênios, nucleotídeos responsáveis por auxliar a estrutura do DNA a ter a forma helicoidal (Não só isso, é claro).
Pois é, a tal da bactéria encontrada, a GFAJ-1, tem no lugar do fósforo, o Arsênio, que como sabemos, é um "veneno" para as bactérias existentes na Terra e para nós também, pois o DNA com Arsênio é morte na certa, certo?
Errado. A tal da GFAJ-1 ficou na boa com o arsênio, sobrevivendo muito bem com ele. Ou seja, vida com um elemento químico diferente daqueles 6 elementos citados anteriormente.
Isso é bom em termos de vida extraterreste pois os astroquímicos podem procurá-la a partir de uma nova conformação do DNA, expandindo o conceito de vida, antes restrito a 6 elementos.
Não entendeu ainda? Bom, o assunto tá bombando na rede, digita no google que vocês verão uma série infindável de reportagens e esquemas melhores do que o meu.
Ah, vá. Não tão melhores assim.
De qualquer forma, isso me lembra um episódio de Star Trek em que eles acharam um planeta no qual a vida era baseada no silício e não no carbono. Ficção sempre tentando "pautar"a ciência, eh, eh, eh.
É isso. Estou meio frustrado, achei que era uma bactéria detectada em Io, lua de Júpiter, ou algo assim.
Mas valeu, é um começo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

VIDA EXTRATERRESTRE, FINALMENTE?

DA FRANCE PRESSE

A Nasa, a agência espacial americana, vem criando grande expectativa, principalmente na internet, ao anunciar para esta quinta-feira uma entrevista sobre uma descoberta científica ligada à vida extraterrestre.
"A Nasa realizará uma entrevista coletiva às 14h (17h, horário de Brasília), dia 2 de dezembro, para discutir uma descoberta em astrobiologia com consequências para a pesquisa de provas da existência de vida extraterrestre", informou a agência em seu site na Internet. A coletiva acontecerá em Washington, EUA.
Os apaixonados pelo espaço e pelos extraterrestres fizeram uma enxurrada de especulações na web sobre a importância deste anúncio, mas a Nasa não quis dar mais detalhes até o momento.
Entre as pessoas que falarão na quinta-feira estão Mary Voytek, que dirige o programa de astrobiologia da Nasa, Felisa Wolfe-Simon, pesquisadora em astrobiologia no USGS (Instituto de Geofísica Americano), bem como Pamela Conrad, astrobióloga do Centro Espacial Goddard da Nasa.
A astrobiologia é uma disciplina que estuda a vida no universo, incluindo sua origem e evolução, sua localização e as chances de ela se perpetuar.

Comentário do Blog:
Se caso se confirmar algum tipo de vida extraterrestre seria uma das maiores descobertas desse século, considerando-se que teríamos possibilidades reais de vida em outros planetas, perdendo de forma avassaladora a pseudo hegemonia de que somos únicos no universo. Uma série de questões filosóficas e científicas serão suscitadas, dependendo do tipo de notícia e é claro, de vida. Aguardemos a quinta!