Goiânia - Ano II - 112
Olá Químicos a Agregados.
741 docentes. Esse é o número de professores presentes na última assembleia de nossa categoria, no último dia 14 de Agosto de 2012.
Foi um marco para o movimento docente. Muita gente falando que foi o recorde de presença de professores em uma assembleia da categoria. Pelo menos nos meus 10 anos de UFG.
E com esse tanto de gente presente, eu votei contra a continuação da greve. Tento esclarecer os meus motivos, para quem sabe, gerarmos uma discussão, ou vocês me mostrarem que estou errado, ou certo, é claro.
Já adianto. Pensando melhor, nunca há certo ou errado em situações como essa...mas vamos lá.
1) Não me sinto mais confortável com DOIS sindicatos representando a nossa categoria. Isso nos divide e tal aspecto ficou muito claro nas assembleias e nos institutos e faculdades. Muitos dizem que é culpa do PROIFES que é um braço do governo e a intenção de sua fundação era essa mesmo: partir o movimento. Mas ninguém reclamou dos acordos anteriores que foram assinados pelo PROIFES entre 2007 e 2010, no qual a ANDES só veio a assinar depois.
2) De qualquer forma, a conduta do PROIFES dessa vez deixou mesmo a desejar. Penso que era o momento da união entre os dois sindicatos. Mas o PROIFES assinou um acordo dizendo que seus 15 pontos foram contemplados. Eu nunca vi e nem conhecia esses 15 pontos. E olha que tento me informar de tudo.
3) As informações do ANDES também não são claras. Metade das informações são truncadas por ataques ao governo e a outra parte em ataques ao PROIFES. Esse lance de carreira única para o Magistério Superior e para o Ensino Básico me soa como desconhecimento das duas realidades.
4) Assim, não me sinto representado por nenhum dos dois. Ponto. Saliento que não desconsidero a tentativa do Comando Local em unir as duas correntes. Sem sucesso, é claro.
5) Greve, como movimento paredista, é parar tudo mesmo. Graduação, Pós Graduação, Pesquisa, Extensão, e tudo mais. Não me engano. Não se enganem. Não nos enganemos. Não paramos totalmente. Arrisco dizer que 85% da UFG (e me incluo) não parou todas as suas atividades. Varios projetos da UFG continuam funcionando. Mais da metade dos professores terminaram o semestre anterior. Por coerência, não posso votar para me manter em um movimento de greve, se não estou totalmente parado. Como sempre, só a graduação acaba se ferrando.
6) Fiquei muito triste, ao ver, na votação para continuidade ou não da greve, os votantes que aprovaram a continuidade da greve (379) comemorarem o resultado vitorioso (contra 267 que votaram pela não continuidade da greve) como se tivesse sido um gol. Vi professores pulando e socando o ar! Gritando palavras de ordem! Comemorando frente aos "derrotados" como se esses fossem pobres alienados e contra o "movimento". Ora, a democracia pressupõe o voto contrário. "Comemorações" como essa racham ainda mais o movimento. Não posso crer que haviam 267 professores manipulados pela ADUFG como alguns professores querem fazer parecer.
7) Não acho que a proposta final seja de todo ruim. Há pontos bons, que os dois sindicatos concordam. Por que não batalharam esses pontos em comum? Porque de forma partidária, os dois não se bicam, pois não há mais sindicato, há partidos políticos.
8) 379 + 267 + 1 abstenção = 646. Para 741 ainda faltam 95. Por que não votaram? Onde estavam?
9) Perdi na votação. Democraticamente acato o que foi decidido e me mantenho em greve. Por respeitar muito dos meus companheiros que estão de fato comprometidos com o movimento.
10) Concluo. Estou perdido em meio às informações dos dois lados. E mais, em ambos há erros no cálculo e tentativa de distorções. Isso se vê também na assembleia.
11) Antes de me crucificarem, não pensem que não sei dos problemas da educação, do descomprometimento do governo etc e tal. Não sou alienado e quem me conhece sabe que sou comprometido. A questão de fundo aqui é outra e claro, não se encerra nesse post.
11) Antes de me crucificarem, não pensem que não sei dos problemas da educação, do descomprometimento do governo etc e tal. Não sou alienado e quem me conhece sabe que sou comprometido. A questão de fundo aqui é outra e claro, não se encerra nesse post.
11) Aguardo o dia 28, e até lá, tento saber se de fato essa proposta do governo é boa ou ruim, pois, pelas informações dos sindicatos, não dá para saber. Ou sou muito burro mesmo. Pensando que muita gente que respeito é a favor da continuidade da greve, definitivamente, sou burro mesmo.
Sem ofensas, xingamentos e tudo mais, podem ficar a vontade para comentar.
Abraços a todos.
Grande professor Marlon.
ResponderExcluirSua sinceridade é respeitável e eu o entendo por saber de seu comprometimento com a educação. Mas que dá um certo desgosto para nós licenciandos e licenciados nos vermos prejudicados por um movimento (que muitos de nós apoiamos) que parece muito sério, chegar ao fim com um certo sentimento de que não houve tanta mudança quanto ao que parecia o objetivo de tudo isso!
ai eu so quero voltar, a ter aula só isso nada mais...
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