sexta-feira, 8 de junho de 2012

UFG E A GREVE: DA CIVILIDADE ATÉ A BADERNA

Goiânia - Ano II - 109

Olá Químicos e Agregados.

O post anterior, sobre a greve na UFG gerou uma boa discussão entre os leitores do blog. Importante lembrar que NÃO censuro nenhum tipo de comentário e deixo a aba de comentários com o item Anônimo aberto, para facilitar a discussão. Peço sempre, que para mantê-lo aberto, as pessoas se identifiquem e que sejam educadas e sensatas para que não façam ofensas ou críticas gratuitas aos outros leitores e ao próprio blog. Caso ainda assim não queiram se identificar, favor não fazer críticas gratuitas. Não quero ter que moderar comentários. A ideia do blog é ser aberta a qualquer crítica e discussão.

Muitos leitores, alunos, professores que andei conversando de ontem para hoje estão muito divididos em relação aos acontecimentos da última assembleia. Houve violência? A greve é legítima? Sim. Eu entendo que sim. De duas maneiras.

A primeira foi a violência do sindicato para com os professores. Éramos mais de 400 professores filiados, com o tal do papelzinho verde, aptos a votar. A diretora do sindicato não precisava ficar insistindo no mantra do "vamos sentar e dar lugar para filiados" e tudo mais. Todos, há mais de dois anos em negociação e tensos pelo descumprimento do acordo por parte do governo federal, mais ainda, pela retirada da nossa inslubridade do vencimento básico, estávamos ansiosos para que a assembleia começasse logo. A demora acirrou ainda mais os ânimos. Deu no que deu e depois a diretoria abandonou a assembleia com mais de 400 professores, como se fôssemos, sei lá, gado.

A segunda foi a violência física de tomada de microfones e invasão do espaço da mesa diretora. Repudio veementemente tal atitude, assim como repudio a violência anterior. Uma coisa não justifica outra.

E por que afinal de contas, chegou-se a esse ponto? Porque temos duas representações nacionais, ANDES e PROIFES que ao invés de juntarem suas forças, digladiam-se a quase uma década pelo direito de representar os docentes. Parte do empurra-empurra ontem tem origem nessa rusga. Recomendo que os leitores se interem sobre isso, porque a história é longa. Há claro, aspectos políticos e econômicos envolvidos nisso, não somos tolinhos.

Por outro lado, o governo federal vem incentivando essa luta para nos enfraquecer. Por causa daquela cena, somos agora vistos como baderneiros e não civilizados. Não. Não somos baderneiros e nem sem civilização, mas sim, estamos nos tornando ansiosos,  no limite, sem razão e brigando uns com os outros. Chegando na assembleia foi possível sentir o clima dos presentes. A ansiedade beirava o insuportável (exagerei?). Queríamos decidir logo o rumo da nossa luta, pois o tempo está passando e não fazemos nada.

O salário defasado há 4 anos, aumento abaixo da inflação, emagrecido com a retirada da insalubridade e a insistência do governo em protelar a negociação cada vez mais. O governo propaga aos sete ventos o quanto somos importantes para o futuro da nação, mas somos a categoria do executivo com o MENOR salário.

Deu no que deu. Entendam. A violência e a baderna não se justificam, mas os ditos civilizados que nos governam não conseguiram ou não querem enxergar que os docentes querem um rumo, pois tudo que está acontecendo e parece ser proposital por parte desses civilizados, está nos enfraquecendo e nos deixando sem esse rumo.

Por isso, acho a greve legítima. Um número muito grande de professores, finalmente com um rumo só, um caminho, pensando de forma unida. Agora, é arrumar o resto, aparar as arestas. Mostrar civilidade e procurarmos uns aos outros para termos esse rumo de forma conjunta.

Os alunos nos mostraram isso no dia da assembleia, com um forte apoio. Na saída da assembleia senti-me acolhido por eles.

Chega de vídeos. Há vários deles. Cada um vai mostrar uma coisa. "Foi culpa de um! Foi culpa do outro!" Não é mais hora disso. É hora de um caminho só.

É isso.

6 comentários:

  1. Marlão só pra dizer que vc não está sozinho!
    Marcelo UFMT

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  2. A questão de civilização e barbárie é um par um tanto quanto intrigante, não a toa que tantas pessoas se enveredaram em estudar isto.
    Porém vendo a repercussão do início da assembléia e do vídeo acalorado, os comentários não só neste blog mas também na mídia(sobre a violência, a questão de ser civilizado e justificação da mesma) me vem a mente uma frase de Brecht:
    "Para quem tem uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível; eles já comeram."

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  3. É pena que as coisas cheguem ao ponto que chegaram.
    Contundo, devemos sempre manter a cabeça fria e tentar considerar tudo nas devidas proporções. Ainda que estejma no limite...
    Me solidarizo com os colegas do sindicato, mas...quem está à frente de uma diretoria de sindicato não pode se ausentar!!!
    A hora é de unidade, não de divisão. Caso contrário.......
    Abraços, Fred

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  4. Em tempo, recebi um boletim do Sinasefe. A reunião de ontem (12/06) nos dá uma esperança, pois o governo abre negociações, reconhece o movimento e compromete-se a apresentar uma proposta até o dia 02/07. ]Isto é tudo fruto de algo chamado Unidade!!! Devemos manter o movimento e nos fortaceler de forma unificada....professores, servidores e estudantes...o movimento é da Educação.

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  5. estou nessa luta. Mara UFG

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