Olá químicos e agregados.
Volto ao tema para discutirmos um pouco sobre o tempo de carreira.
Estudos de Tardif e Schulmann sempre apontam que um dos momentos chave na carreira do professor é o início. São várias as dificuldades, que vão desde a adaptação ao ritmo escolar até o relacioamento com os colegas e alunos, além é claro, de uma remuneração adequada.
No entanto, para se manter na profissão após o que os teóricos chamam de "início de carreira" é necessário que medidas sejam tomadas para que não haja grande evasão. No Brasil, o início de carreira varia entre 3 e 5 anos. É nesse período com o profissional tenta se estabelecer como profissional, docente, em termos de conteúdo, entre outros fatores. Ainda volterei nesse tema para aprofundarmos essa discussão. Vou tentar me ater a questão financeira do tempo de carreira.
A evasão dos professores do nível médio e fundamental no Brasil coincide muito com o fim do que chamamos de início de carreira. Assim, após 5 ou 6 anos, se sentindo muito desvalorizado, cerca de 40% dos docentes se evadem para outros empregos ou outros cursos, principalmente pela questão salarial. Aqui em Goiânia, quase 60% dos professores que passaram em concurso público da prefeitura municipal, para o nível fundamental de ensino, desistiram antes de 3 anos, o que é um alerta. Além da alegação salarial, muitos reclamaram da "estrutura".
Eu penso que um adicional por tempo de carreira deve ser adicionado ao salário de professores. À medida que o tempo passa, o professor começa a adquirir uma experiência que bem valorizada pode fazer bem àqueles que estão em início de carreira, fazendo com que fiquem na profissão. O que acontece hoje é que, desvalorizado em seu tempo de carreira, uma parte dos professores em meio de carreira ou em final dela, passa a orientar o professor iniciante a desistir e procurar outra coisa para fazer.
São vários os relatos dessa espécie pelos alunos de estágio de cursos de licenciatura. Em muitos estados, já há esse adicional, mas ele é suficiente? Um professor com 15 anos de carreira de fato ganha um porcentagem consideravelmente relevante em relação ao professor em início de carreira?
A proposta que acho razoável é uma promoção em tempo de serviço a cada 2 anos. Isto é, ao final do chamamos início de carreira, o professor terá progredido 3 vezes. Tal aspecto pode ser benéfico para que o profissional se mantenha na profissão. Para o salário que propus em post anterior, acho razoável uma porcentagem entre 5 e 7%.
No entanto, tal promoção deve vir aliada a algumas contrapartidas do professor e não somente a passagem do tempo. Tais contrapartidas serão objetos de outro post.
Um mol de abraços a todos.
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