GOIÂNIA - ANO I - 58
DA FOLHA DE SÃO PAULO
Luiz Gustavo Cristino
Muito trabalho, força de vontade e gosto pelo desafio. Essas são as matérias-primas que o químico Jairton Dupont, 51, considera essenciais para o crescimento acadêmico e para sua figuração na lista dos cem químicos mais influentes da década. Elaborado pela empresa Thomson Reuters, que tradicionalmente mapeia as publicações científicas mundo afora, o ranking traz Dupont como o único brasileiro presente, na 83ª colocação.
As pesquisas de Dupont, que é professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), visam ao desenvolvimento e estudo de líquidos iônicos orgânicos, principalmente para aplicação na indústria petroquímica.
Na lista, são 70 químicos dos EUA, 7 da Alemanha e 4 do Reino Unido."Do ponto de vista pessoal, fico bastante contente, mas, pensando de forma geral, acredito que temos um reflexo de uma política", diz o químico nascido em Farroupilha (RS), lamentando a ausência de outros brasileiros e de outros países emergentes, como China e Rússia. "As instituições em que se concentram 80% dos químicos selecionados têm tradição no ensino por meio da pesquisa e possuem muito mais estudantes de pós-graduação do que de graduação", afirma Dupont.
"A graduação também é importante, mas instituições conhecidas por sua excelência em pós devem se especializar, focar essa área." O critério para a elaboração da lista foi o número de citações de cada cientista em trabalhos acadêmicos. Todos os seus integrantes publicaram pelo menos 25 artigos e foram citados em pelo menos 50 diferentes publicações.
CRÍTICAS
Contrário à escolha de dirigentes acadêmicos por eleições e a concursos públicos para professores-pesquisadores, ele define o sistema brasileiro como "pseudodemocracia universitária". "Lá fora, as escolhas são feitas por capacitação e mérito". Dupont também não acredita no sucesso de instituições dedicadas unicamente à pesquisa, e não ao ensino. Segundo ele, o fracasso desse tipo de entidade está historicamente comprovado. Sobram críticas aos cursos noturnos de graduação. "São um desperdício de dinheiro", diz. Ele defende que o retorno seria maior se houvesse bolsas de estudo para alunos em período integral. "É um investimento muito melhor, porque a pessoa vai ser formar no tempo normal, em quatro anos ou até menos, e vai estar muito mais bem preparada."
Com sua experiência, ele recomenda aos iniciantes paciência e jogo de cintura para lidar com frustrações. "As pessoas acreditam que a notoriedade faz com que eu sempre tenha pedidos aprovados, mas sou como qualquer um, eu tenho meus projetos negados, isso faz parte do processo. Quem aprende a conviver e a melhorar com isso vai ser feliz."
Comentário do Blog.
Concordo com quase tudo que ele disse. Mas discordo quanto ao curso noturno. Precisamos de cursos noturnos. Para melhorá-los cada vez mais, temos que investir em estudos e não abandoná-los. No resto eu até concordo.
Também concordo com quase tudo, porém não vejo a pós mais importante do que a graduação, até porque é nela que são formados os conceitos básicos de química geral.
ResponderExcluir70 químicos dos EUA!!! Essa lista é democrática msm hem! Só tem químicos bons lá né!?
ResponderExcluirquimica de noite pra que para ser a vergonha igual a do iq da ufg onde os alunos nao sabe nem balancear equaçao quem teve a infeliz ideia de criar quimica noturno
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