quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CARREIRA DE PROFESSOR DESPENCA EM NÚMERO DE FORMADOS!

Olá Químicos e Agregados.

Estava dando uma olhada no censo do ensino superior do MEC e olha só um dado alarmante que pude detectar: houve uma brusca queda no número de graduados em cursos de licenciatura para o ensino médio no Brasil (Não. Não vou comentar os números para professores de séries iniciais, pois aí vou chorar muito de desespero!).
Em 2005 foram 77 mil formandos, contra 64 mil em 2009. No mesmo período, o total de concluintes do ensino superior no País cresceu de 717 mil para 826 mil. Isto é, a única profissão que decresce em número de formandos é a de professor.
Em 2005 eu previa que no máximo em 5 anos começaríamos a ter um apagão no ensino médio público no país se continuássemos nesse rumo. Em 2011 isso é uma realidade.
Não há professores de ciências suficientes para suprir o nível fundamental e o nível médio de ensino. A situação é ruim em termos de professores de Biologia, péssima em se tratando de professores de Química e muito horripilante em termos de professores de Física.
A evasão dos professores de ciências do município de Goiânia chega a quase 20% depois do último concurso. Para os professores do Estado de Goiás, a evasão é de cerca de 25%.
Quais as razões da evasão desses profissionais? Vamos citá-las, como se não soubéssemos.
A) Alguns passam em concurso público para Técnico em suas áreas, tais como Biologia e Química. Nível técnico em qualquer lugar paga melhor do que para professor;
B) Outros fazem mestrado, prestam concursos para IF ou Universidades e quando passam, vão embora e deixam o estado. O salário em nível federal é muito melhor do que em nível estadual. Fora o fato de que o professor que faz o mestrado espera pelo menos 2 ou 3 anos para o estado valorizar na forma de salário essa progressão intelectual. Em nível federal a promoção de nível é automática;
C) Qualquer cargo no estado de Goiás, que se exija ensino médio, como assistente administrativo, técnico de nível médio, técnico de cenário, etc e tal, paga quase 40% a mais do que se paga para um professor.

Isto é, se eu estivesse no lugar desses professores também estava fugindo feito louco dessa situação. Afinal de contas, trabalho voluntário posso fazer por conta de minha opção religiosa ou ideológica. Não preciso fazer trabalho voluntário para o Estado que diz que me paga.

Quais as soluções que tenho para isso? Discorrerei sobre algumas em próximos posts.

3 comentários:

  1. E se for pra ganhar um salário um pouco melhor, que pelo menos suas famílias não permaneçam a vida toda capengando, trabalham três turnos todos os dias e isso fora os fim de semanas perdidos...

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  2. muito bem aumenta o numero de professor o que nao resulta em boa educaçao. os alunos parecem animais, experimentem dar aulas no ensino fundamental nas periferias voces veram o quanto essa é a pior profissao que existe. as escolas nao tem infra-estrutura nao existem computadores nao tem giz colorido nao tem nada. a teoria é linda mas um professor nao faz mudança

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  3. Um professor não muda o mundo, mas a mais pequena diferença que alguns fazem já é grande coisa! Agora imagine esse professor adequadamente preparado, valorizado e com recursos para exercer sua profissão dignamente? Com certeza faria muita diferença...

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